foto Berdades |
Hoje tudo se alterou e, mesmo nas próprias estações dos correios, a venda de selos baixou porque as cartas escritas aos familiares emigrados já são raras. O telefone e a internet assim o permitiram.
A propósito, recordo-me duma história verídica que aconteceu comigo durante a minha curta passagem (2 meses) por carteiro aos 19 anos de idade, quando nas férias da escola foi substituir as ferias do carteiro:
Uma senhora já de idade esperava por mim na berma da estrada. A chegada do carteiro era ansiosamente aguardada para comprar um selo que serviria para mandar a carta para a filha que estava emigrada na França. Dei-lhe o selo e a senhora pagou. Depois, pergunta-me com um ar tão inocente:
- E como vou pregar o selo na carta?
Respondi de pronto, indicando a zona do subscrito onde deveria coloca-lo, que pregasse com saliva.
- Ah, mas eu não trouxe! Respondeu-me atrapalhada.
- Olhe, então pregue com cuspo!
-Ah, assim tá bem!
E lá lambeu o selo e colou na carta que depois me entregou avisando:
- Não se esqueça dela no fundo da pasta!
4 comentários:
Que saudades destes tempos onde quase todos se conheciam,ondes as portas ficavam abertas...onde tudo era mais personalisado e directo...o carteiro chegava pela tarde a minha aldeia trazendo sorrisos e apitando a corneta...trazia boas novas...sonhos...sentimentos transcritos em papel... por vezes era triste constatar que ele nada trazia...mas... sempre com um sorriso, dizia-nos..."Talvez amanha..."E era dessa esperanca que as nossas almas tristes e conformadas viviam...Bem Haja Marcelino, por esta lembranca tao bonita.
Grande recordação senhor Marcelino.
Não sabia que tinha sido carteiro, mas gostei dessa história.
Esta do carteiro fez-me recordar os meus tempos de infancia,qd eu estive algum tempo na Ponta do Pargo e o posto de correios era na casa da D.Arfinha lembro que as pessoas iam para lá esperar que o correio chegasse,lembro tbm que a grande maioria não sabia ler e então algumas pessoas pediam-me para ler e tbm para responder ás cartas teria eu uns 7 ou 8 anos mas lia bem...O.B.S:eu comecei a escola aos 6 anos com a cartilha João de Deus!!!E lembro tbm qd já no Funchal e eu adolescente namorava e esperava ouvir a corneta do carteiro para ver se ele me trazia carta ou aérograma... ( recordações dum passado distante )...
Grande flash-back!!!! Outros tempos, outras pessoas... outra maneira de ser! Sem duvida os melhores momentos de uma vida...
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